Aluguel: Ação renovatória não é via para mudar forma de pagamento

Ação renovatória sobre contrato de aluguel pressupõe a manutenção das cláusulas contratuais, com eventual alteração apenas do valor, e não da forma de pagamento. O entendimento é do juiz de Direito substituto Arthur Lachter, 19ª vara Cível de Brasília/DF.


A ação foi ajuizada por um empresário contra o shopping center onde está localizada sua loja. O autor requereu a renovação do contrato de locação, para o período de outubro de 2020 a outubro de 2025, com o valor do aluguel mínimo fixado em R$ 24,8 mil.


Acontece que, após o ajuizamento da demanda, o lojista emendou a petição inicial para acrescentar pedidos com fundamentos decorrentes da pandemia de covid-19. Um dos novos pedidos foi para que o IGP-M, que havia sido definido em contrato como índice de reajuste do aluguel, deixasse de ser aplicado.


Decisão


Ao analisar o caso, o juiz observou que tanto o shopping quanto o lojista sofrem com os efeitos da pandemia e não há margem legal para imposição de situações mais favoráveis a um em detrimento do outro, como, por exemplo, eventual alteração do índice previsto em contrato para reajustes do aluguel.


Ademais, o magistrado registrou que o laudo pericial concluiu que o contrato de locação original da loja se assemelha à maioria dos contratos de locação de lojas existentes no shopping, que estabelecem o aluguel mensal com base no maior valor entre o aluguel mínimo reajustável e o aluguel percentual, somados aos encargos da locação e ao fundo de promoção.


Ação renovatória


Para o juiz, a alteração da forma de pagamento do aluguel proposta pela autora na emenda não se sustenta, pois a ação renovatória pressupõe a manutenção das cláusulas contratuais, com eventual alteração apenas do valor e não da forma de pagamento, como propõe a parte autora.


O magistrado também frisou que "não pode prevalecer a menção em réplica (nem se pode falar em pedido propriamente) de alteração da cláusula de atualização monetária do aluguel, pois o IGP-M foi o escolhido por contrato sendo que sua alta variação não implica em direito, em sede de ação renovatória, de alteração da livre vontade das partes".


O pedido de renovação do contrato foi aceito pelo magistrado, mas o valor mínimo foi fixado em R$ 29 mil. A sentença também manteve as demais cláusulas, inclusive as de reajuste do valor.


A defesa do shopping foi feita pelos advogados Gustavo Henrique Caputo Bastos, Eduardo Pisani Cidade e Felipe Alvarenga Neves, do escritório Caputo, Bastos e Serra Advogados.


Processo: 0710545-21.2020.8.07.0001

Leia a decisão: https://www.migalhas.com.br/arquivos/2022/1/DF25414C67D457_ACAO-RENOVATORIA.pdf 


Epa! Vimos que você copiou o texto. Sem problemas, desde que cite o link: https://www.migalhas.com.br/quentes/358691/aluguel-acao-renovatoria-nao-e-via-para-mudar-forma-de-pagamento

Comentários