Gilberto de Mello Kujawski
"Sustentável",
"sustentabilidade" são agora as palavras mais lidas e ouvidas na
televisão, no rádio, nos jornais, nos anúncios comerciais. Consequência
da preocupação cada vez mais generalizada no mundo inteiro com a
preservação do meio ambiente ameaçado por um tipo de crescimento
econômico predatório e irresponsável.
A agricultura, a
indústria, a exploração da natureza, a utilização das fontes de energia,
produção, consumo, comércio, combustíveis, transportes, lixo,
alimentação, vestuário, utilização do carro, dos eletrodomésticos, a
compra do produto mais inocente, tudo passa pelo crivo dessa
palavra-chave, sustentabilidade.
Outro dia ouvi
numa loja a pergunta de um freguês na compra de uma camisa. Indagou do
vendedor "-Este tecido é sustentável?" E um amigo me contou a
preocupação de um garoto entrando com a mãe numa loja de brinquedos:
"-Mãe, os brinquedos aqui são sustentáveis?"
Não sei se algum
leitor leu o anúncio de um Banco no esforço de angariar clientes: "Você
não tem nada a perder, nossos empréstimos são sustentáveis." Na Rio+20
até os vendedores de coco no Rio estão incentivando a reciclagem
oferecendo 2 cocos verdes pelo preço de 1.
Numa definição
rápida, qual seria o significado dessa palavra hoje tão usada e
repetida, "sustentável"? Dicionários mais antigos não servem de ajuda.
Não ultrapassam o óbvio: "o que pode ser sustentado; passível de
sustentação". Ficamos todos na mesma. O professor José Goldemberg,
ex-ministro do Meio Ambiente, depara com a definição exata: "A
palavra-chave que entrou no vocabulário de todos, foi sustentabilidade,
que significa crescimento econômico de um tipo que não comprometa o
futuro" (OESP, 18-06-2012).
O crescimento
sustentável já definiu metas na maioria ainda não cumpridas, como a
redução das emissões de gases responsáveis pelo aquecimento da Terra
(Protocolo de Kyoto), a implementação da Biodiversidade (Nagoya),
preparar a transição global para a "economia verde", com vistas à
proteção da base natural de recursos e à erradicação da fome. Na Rio+20 o
consenso é de que poucos serão os resultados práticos,mas bastante
alargada e diversificada a conscientização dos problemas relativos à
urgência e ao imperativo da sustentabilidade para a manutenção da vida
no planeta.
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